Hoje trago-vos a resenha da minha última leitura deste ano, A filha da floresta.
Confere os próximos volumes:
- Filho de sombras (Saga de Sevenwaters #2)
- Filha da profecia (Saga de Sevenwaters #3)
- Herdeiro de Sevenwaters (Saga de Sevenwaters #4)
- Vidente de Sevenwaters (Saga de Seevenwaters #5)
- Chama de Sevenwaters (Saga de Sevenwaters #6)
Sobre a autora
Juliet Marillier nasceu em Dunedin, na Nova Zelândia, uma cidade com fortes tradições escocesas que a influenciaram intensamente, uma vez que cresceu ao som dos cânticos e histórias celtas. Licenciou-se em Linguística.
Atualmente vive na Austrália, em Perth, próximo de uma comunidade rural que tem a paz e a harmonia de quem a autora necessita para escrever.
Neste momento encontra-se a trabalhar na sua próxima trilogia, depois de Sevenwaters ter ganho o Aurealis Award for Best Fantasy Novel de 2000.
A trilogia que apresentou traz-nos toda a riqueza da mitologia celta e o fascínio dos contos de fadas que vivem no nosso imaginário, transportando-nos para um mundo pleno de aventuras e misticismo.
Sinopse
Passada no crepúsculo celta da velha Irlanda, quando o mito era Lei e a magia uma força da natureza, esta é a história de Sorcha, a sétima filha de um sétimo filho, o soturno Lorde Collum e dos seus seis amados irmãos.
O domínio de Sevenwaters é um lugar remoto, estranho, guardado e preservado por homens silenciosos e Criaturas Encantadas que deslizam pelos bosques vestidos de conzento e mantêm as armas afiadas. Os invasores de fora da floresta, os salteadores do outro lado do mar, os Bretões e os Vquingues, estão todos decididos a destruir o idílico paraíso. Mas o mais urgente para os guardiões é aniquilar o traidor que se introduziu dentro do domínio: Lady Oonagh, uma feiticeira, bela como o dia, mas com um coração negro como a noite. Oonagh conquista Lorde Colum com os seus sedutores estratagemas; mas não consegue encantar a prudente Sorcha. Frustrada por os irmãos num feitiço que só Sorcha pode quebrar. Se falhar, continuarão encantados e morrerão!
Então os salteadores chegam e Sorcha é capturada, quando está apenas a meio da sua tarefa...Em breve vai ver-se dividida entre o seu dever, que lhe impõe que quebre, pelo senhor da guerra que a capturou.
Opinião
Por anos, a minha mãe dizia-me eu ia gostar de ler os livros da Juliet Marillier. Não que eu não acreditasse nela, mas eu sempre acreditei que tinha que crescer mais um pouco para então poder compreender os livros na sua totalidade - é que a minha mãe tem uma intuição quase certeira no que toca aos livros. Não estava errada em esperar um pouco: pude ler outras coisas que, por caminhos (mais ou menos) tortuosos, me trouxeram até aqui.
Mas há sempre dois lados em todas as questões. Começa sempre com uma pequena coisa, uma observação fortuita, um gesto ligeiro. E cresce a partir daí. Ambos os lados podem ser injustos. Ambos podem ser cruéis.
A filha da floresta baseia-se nas lendas e mitos célticos, em específico na lenda dos seis cisnes. A história segue Sorcha e os seus seis irmãos (demasiado protetores, devo acrescentar) nas tribulações próprias de uma lenda. Pode ser um romance fantástico, mas encontra-se interligado com factos históricos imbuindo a narrativa de uma certa lógica e algum realismo.
A escrita de Marillier tem uma poesia associada que me é difícil de descrever. A sua escrita é tão ligeira, mas tão profunda ao mesmo tempo. Narrado na primeira pessoa, nós vemos aquilo que Sorcha vê e sentimos aquilo que ela sente. É de tal forma envolvente que nem se nota o voar das páginas.
Quem dorme deve acordar e confrontar-se com os seus medos, senão arrisca-se a perder-se, para sempre, nos lugares ocultos da mente.
Todas as personagens são dignas de nota e todas elas cumprem um papel na história, mas talvez nenhuma seja tão ou mais importante que a própria protagonista, Sorcha - afinal, é ela quem nos conta a sua história. Sorcha cresce de menina a mulher por entre várias tribulações. Há um ponto, em que a personagem é violada. Achei que a autora explorou as consequências desse evento com muita sobriedade e responsabilidade, mostrando pela voz de Sorcha o quanto pode ser cruel e devastador para alguém. O que mais impressiona na personagem é a sua força e coragem e o amor que ela guarda da sua família. Ela tem altos e baixos, chora e ri, e, perante as adversidades, ela continua porque tem que continuar, devagar mas firme na sua vontade.
Nota: 4.5/5
Em suma, A filha da floresta é um livro que nos conta uma história de amor, de coragem e de sacrifício.
O final da história é teu, de mais ninguém. Podes fazê-lo como quiseres. Há tantos caminhos para o teu herói como ramos numa grande árvore. São maravilhosos, terríveis, simples ou retorcidos. Tocam, quebram, confundem-se e tu podes segui-los da maneira que quiseres.
Até à próxima e boas leituras!
Ellis
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