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A rainha corvo | Opinião #157

 Olá a todos!

    Hoje trago-vos uma crítica sobre um livro que me irritou profundamente, fazendo-me arrepender de o ter comprado.

Sobre a autora

    Jules Watson nasceu na Austrália ocidental filha de pais ingleses. Após ter obtido as licenciaturas em arqueologia e relações públicas, trabalhou enquanto escritora freelance, tanto na Austrália, como em Inglaterra. Jules e o seu marido escocês dividiram o seu tempo entre o Reino Unido e a Austrália antes de assentarem, definitivamente, nas selvagens terras altas da Escócia. É a autora da trilogia Dalriada, uma série de épicos históricos situados na Escócia antiga sobre as guerras entre os Celtas e os invasores Romanos. A Kirkus Reviews posicionou The White Mare no topo das dez publicações de Ficção Científica / Fantástico de 2005, e The Song of the North foi considerada uma Leitura Obrigatória na edição especial de Ficção Científica / Fantástico da Kirkus, de abril de 2008.

Sinopse

    Um druida profetizou no momento do nascimento de Deirdre que ela seria a mais bela mulher depois de Helena de Troia e que, devido a essa maldição de beleza, os homens lutariam por ela e o reino seria dividido. Criada na floresta, em reclusão, Dreide não recebe qualquer visita a não ser a do rei cujo desejo em que ela se torne sua mulher tornar-se-á numa obsessão. Baseado num célebre mito irlandês, a historia de amor entre Maeve - a rainha guerreira - e os seus desamores.

Opinião

    Em A Rainha Corvo, Jules Watson reimagina as lendas que circundam Maeve, uma figura semi-histórica irlandesa, bem como as histórias que compõem o Ciclo de Ulster. A sinopse em si é interessante e a capa ajuda a vender o livro. Infelizmente, o seu conteúdo de pouco valor tem. A narrativa apresenta-se demasiado convulsa, sem nunca ficar claro qual é realmente a sua premissa. Por causa disso, a leitura torna-se estranha e lenta. Isso afeta gravemente as personagens. O facto de não existir nenhum motor que faça avançar o enredo, nem mesmo a mais pequena leve menção, faz com que também as personagens andem a "nadar" e se percam na bonita prosa de Watson. Analisemos o caso de Maeve, a protagonista do livro. Maeve é uma personagem que passa por várias atribulações no livro, sofrendo o destino reservado às mulheres no seu tempo - meras moedas de troca por poder e incubadores de filhos. O livro inteiro a autora diz-nos que a personagem realmente sofre com isso, contudo ela nunca chega a mostrar-nos, a materializá-lo verdadeiramente nos pensamentos da personagem e nas suas ações. Por conseguinte, Maeve toma decisões que não fazem sentido. Watson tenta ainda criar uma certa aura de mistério em redor da personagem, no entanto falha miseravelmente já que, até esse momento, o leitor ainda não foi capaz de compreender a personagem e assim criar empatia. As restantes personagens do livro sofrem do mesmo mal, para além de que chegam a ser demasiadas personagens com pontos de vista próprios que pouco ou nada contribuem para narrativa geral (seja ela qual for).

    Outro ponto negativo é a magia. Sim, Watson introduz o elemento mágico no livro, valendo-se das figuras mitológicas que povoam as lendas irlandesas. Essa exploração do elemento mágico na obra é de tal maneira pobre, que o leitor apenas fica ainda mais confuso do que já estava. Em 500 páginas, a autora não chega a utilizar uma linha que seja para explicar o que é a Fonte ou como esta funciona. É mais um elemento do livro que simplesmente está lá.

    Em suma, A Rainha Corvo é um daqueles livros com uma capa bonita, mas cuja história perde-se no meio de tantas promessas.

⭐⭐

2/5

Até à próxima e boas leituras!

Ellis

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