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Uma mulher na Arábia | Opinião #158

 Olá a todos!

    Hoje venho falar de um livro um pouco diferente. Ao contrário de outros livros que tenho trazido aqui para o blogue (que são de ficção), este é uma biografia de Gertrude Bell, uma figura chave no campo da Assiriologia e dos estudos sobre o Médio Oriente no séc. XX.

Sobre a biografada

    Gertrude Bell (1868-1926), filha de pioneiros da Revolução Industrial, voltou costas aos privilégios e à sociedade para se tornar uma célebre viajante, montanhista, estadista, linguista, arqueóloga, fotógrafa e escritora.

    Nasceu em Durham, Inglaterra, e na sua juventude conheceu Robert Louis Stevenson, William Morris, Charles Darwin e Charles Dickens. 

    Aos vinte tornou-se a primeira mulher a distinguir-se no curso de História Moderna na Universidade de Oxford. 

    Sobreviveu a sete viagens ao deserto e durante a Primeira Grande Guerra desempenhou funções de especialista em informação, comandante de exército e conselheira para as forças armadas britânicas no Médio Oriente. Tornou-se a mulher mais poderosa do Império Britânico, contribuindo para a derrota do Império Otomano.

    Tinha relações próximas com os líderes do Império Britânico e os xeques e mullahs da Arábia tratavam-na como igual. Enquanto administradora da Mesopotâmia no pós-guerra, cumpriu a missão (que se auto-impôs) de garantir a autodeterminação do povo árabe e, com Winston Churchill e T. E. Lawrence, colocou o Rei Faisal no trono do novo Iraque.

    A sua influência espalhou-se à Árabia do Sul, onde os seus conselhos acerca da ameaça de Ibn Saud levaram o governo britânico a modificar as suas ambições territoriais.

    Em 1917 foi nomeada Comandante do Império Britânico pelo seu serviço na guerra. Morreu em Bagdade, dois dias antes de completar 58 anos.

Sinopse

    Uma das maiores viajantes do século XX, Gertrude Bell voltou costas aos privilégios sociais para se tornar uma célebre viajante, montanhista, estadista, linguista, arqueóloga, fotógrafa e escritora. Foi responsável pelas políticas britânicas no Médio Oriente após a Primeira Grande Guerra, dedicando a sua vida à questão árabe, a ponto de redefinir as fronteiras que constituem hoje o Médio Oriente.Este livro reúne uma selecção da sua correspondência privada e militar, entradas de diário, e escritos de viagem que oferecem ao leitor um olhar íntimo sobre uma mulher que moldou nações. Deu origem ao documentário Cartas de Bagdade e ao filme Rainha do Deserto, realizado por Werner Herzog e protagonizado por Nicole Kidman, James Franco e Robert Pattinson.

Opinião

    Gertrude Bell foi uma exploradora e uma política, tendo influenciado grandes decisões e governos do Médio Oriente. Numa altura em que, tanto no Ocidente quanto no Oriente, era esperado que as mulheres se casassem, Gertrude Bell quebrou as normas e viveu a vida que quis.

    O livro é bastante interessante, sendo um compilado de excertos das suas cartas, diários e escritos. Com isto, temos um olhar sobre a situação política e sociocultural do Médio Oriente nos inícios do séc. XX - que, apesar de tudo, é um tanto enviesado, pois é importante lembrar que Gertrude Bell era uma inglesa de boas famílias (ou seja, da classe alta). Apesar das suas convicções políticas, Gertrude Bell foi quem mais se aproximou das tribos árabes e compreendeu o seu modo de vida.

    Um testemunho interessante que vale a pena ler.

Nota: 3/5

Até à próxima e boas leituras!

Ellis

    

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