Olá a todos!
Yep, estou de volta com a resenha do 3º volume da épica quadrilogia escrita por Sabaa Tahir. Podes sempre rever as resenhas que fiz para Uma chama entre as cinzas e Uma tocha na escuridão.
Há muita coisa a dizer sobre Um assassino nos portões, mas já lá iremos.
Atenção: esta resenha pode conter SPOILERS!
Sobre a autora
Sabaa Tahir cresceu no deserto de Mojave, na Califórnia. Devorava romances fantásticos, os livros de banda-desenhada do irmão e tocava guitarra. Começou a escrever Uma chama entre as cinzas enquanto trabalhava à noite na redação de um jornal. Atualmente vive em São Francisco com a família. Uma chama entre as cinzas integrou as listas de bestsellers do New York Times e USA Today, encontra-se vendido para 30 países e os direitos cinematográficos foram adquiridos pela Paramount.
Sinopse
Dentro e fora do Império Marcial, a ameaça de guerra é cada vez maior... Helene Aquilla, a Águia de Sangue, está sendo atacada de todos os lados. Enquanto procura uma maneira de conter a escuridão que se aproxima, a vida de sua irmã - assim como a de todos os cidadãos - corre risco. Assombrado pelo passado, o imperador Marcus se torna cada vez mais instável e violento, e a comandante Keris Veturia aproveita a loucura dele para aumentar o próprio poder, deixando uma carnificina em seu caminho. Longe do Império, Laia de Serra sabe que o destino do mundo não depende das conspirações da corte marcial, e sim de alguém que consiga deter o Portador da Noite. Mas, enquanto procura um jeito de derrubá-lo, Laia enfrenta ameaças inesperadas e é atraída para uma batalha que nunca imaginou que precisaria lutar. Enquanto isso, na terra entre os vivos e os mortos, Elias Veturius abriu mão da liberdade para servir como Apanhador de Almas. Mas, ao fazer isso, se entregou a um poder ancestral disposto a qualquer coisa para garantir sua devoção - mesmo que isso signifique abandonar a mulher que ele ama. Um assassino nos portões vai deixar os leitores implorando pelo desfecho desta série ágil e cheia de reviravoltas arrepiantes.
Opinião
Não vou mentir, depois d'Uma tocha na escuridão eu tinha grandes expectativas para Um assassino nos portões. Infelizmente, o livro ficou aquém do que eu esperava. Mas já vou explicar o porquê.
Há coisas piores que a morte
A narrativa
Antes de passar às personagens, tenho que começar pela questão da narrativa - até porque as duas questões estão relacionadas uma com a outra.
Uma chama entre as cinzas é uma quadrilogia cuja narrativa pauta-se por ser movida pelas suas personagens. Nada contra. Porém, um outro elemento que caracteriza a história dos livros é a existência de um elemento comum, de um objetivo em concreto. E isso é uma coisa que faz falta neste terceiro livro.
No primeiro, as Provas serviam como elemento agregador das personagens e das suas respetivas jornadas. No segundo, era resgatar Darin da prisão de Kauf. Neste, a história está tão segmentada que torna-se difícil acompanhar a jornada das personagens. Por causa dessa segmentação, foi difícil envolver-me com a narrativa, tal como aconteceu com os anteriores.
O final foi bom e conseguiu dar um sentido de união a todos os dramas que se desenrolaram no decorrer do livro, mas isso não apaga as outras 300 e tal páginas.
As personagens
Todo mundo acredita que nada lhe diz respeito até os monstros bateram à sua porta
Como já disse, a questão da narrativa e a questão das personagens estão intimamente ligadas. Por não haver uma direção clara na história, as personagens também andam às voltas, sem saber bem o que fazer.
Laia está focada em encontrar o último pedaço da Estrela e, dessa forma, pôr um fim aos planos do Emissário das Trevas. A autora ainda põe a questão de ela se tornar na nova líder da resistência erudita e fazê-la ressurgir das cinzas. Esse enredo seria muito interessante, só que, no meio de tanto drama, ficou de lado, esquecido por entre as linhas.
Por outro lado, Elias procura cumprir com as suas novas responsabilidades enquanto Apanhador de Almas, após ter-se vinculado ao Lugar de Espera. Acho que a grande lição que Elias aprende neste livro é que não se pode ter tudo. Ao longo do livro, a personagem tenta lidar com as suas novas responsabilidades (sem muito sucesso, diga-se de passagem) e manter o equilíbrio entre os vivos e os mortos. A jornada de Elias até foi interessante, pois esta prende-se sobretudo com a sua humanidade e o que faz Elias ser o Elias. Mas, ainda assim, podia ter sido melhor desenvolvida.
Já a Helene tenta manter o equilíbrio de forças e matar a Comandante, antes que o império sucumba aos seus jogos. Dos três, gostei muito mais da parte da Helene, por causa de todas as intrigas políticas - que me fizeram lembrar A rainha vermelha. Contudo, sentia às vezes que a personagem estava a deixar escapar algo importante.
Quanto às personagens secundárias, estas bem...pouco ou nada acrescentaram à trama. Após dois livros a criar expectativa, Darin não tem quase ação nenhuma no livro e só está lá para fazer espadas. A Comandante também perde o seu brilho, sendo que muita da violência que ocorre na narrativa passa a sensação de gratuidade, sem valor de choque algum. Somos ainda apresentados a uma nova personagem neste livro: Musa. Quando Musa aparece pela primeira vez na história, eu realmente pensei que ele seria como Nikolai do Grishaverse - uma personagem carismática, que daria uma nova dinâmica à história. Teria sido uma grande adição se a autora realmente tivesse trabalhado nisso. Para mim foi uma grande desilusão, pois Musa pouco acrescenta à história.
A esperança é mais forte que o medo. É mais forte que o ódio.
Nota: 3.5/5
Em suma, Um assassino nos portões não é um mau livro de todo - acho que se enquadra bem na categoria de bom. O problema é que poderia ter sido muito melhor.
Até à próxima e boas leituras!
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