Sim, mais uma vez venho falar d'A saga dos Otori. Desta vez, será acerca do terceiro livro, As cinco batalhas.
Não se esqueçam de conferir os outros livros da saga:
- A tribo dos mágicos (A saga dos Otori #1)
- O desafio do guerreiro (A saga dos Otori #2)
- O voo da garça (A saga dos Otori #4)
Sobre a autora
Lian Hearn nasceu em Inglaterra, frequentou a Universidade de Oxford, estudou japonês, manifestando desde sempre um grande interesse pela cultura deste país. Esta obra, já traduzida para mais de vinte países, foi premiada com o New York Times Notable Book of The Year e o School Library Journal's «Best Adult Books for High School Readers», 2002. Devido à sua excelente qualidade, esta obra despertou recentemente o interesse cinematográfico.
Sinopse
O mundo que Lian Hearn criou em A Saga dos Otori, um Japão medieval imaginário, valeu-lhe - pela beleza depurada da escrita e dos cenários evocados, pela força impetuosa da narrativa, pelo fascínio das suas personagens - o prestigiado Prémio Peter Pan 2004. É a distinção literária sueca para escritores estrangeiros e foi atribuída ao primeiro volume desta trilogia - A Tribo dos Mágicos. No momento em que nos aproximamos das páginas finais desta obra, somos invadidos pelo anseio de conhecer os destinos dos protagonistas, mas também pela nostalgia de nos despedirmos definitivamente do seu convívio. Sendo o mais intenso dos três livros, As Cinco Batalhas faz-nos penetrar mais profundamente neste universo de uma beleza tumultuada, enredado nas complexas teias de intrigas, traições e lealdades, de ódios insanos e amores abissais, de forças ocultas e mistérios insondáveis, de batalhas sangrentas e vinganças há muito desejadas. Takeo e Kaede lutam por cumprir as missões a que se sentem destinados, mas todos, ou quase todos, parecem conspirar contra eles. Poderão os dois jovens ter esperança num tempo futuro de prosperidade e amor? O que mais desejam é poder ouvir o som melodioso e raro do houou, o pássaro sagrado da lenda, ecoando, livre, nos céus dos Três Países finalmente apaziguados. Poético e profundo, o reino dos Otori reúne um portentoso misto de ecos literários - do drama shakespeareano, à lenda arturiana e à magia das histórias de samurais - que o torna absolutamente inesquecível.
Opinião
Depois do balde de água fria que levei com O desafio do guerreiro, as minhas expectativas para este terceiro livro baixaram consideravelmente. E ainda bem, pois embora o livro seja bom, existem alguns aspetos que foram mal explorados ou que simplesmente irritaram.
Takeo e Kaede estão agora casados e mais decididos do que nunca unir os Três Países sob uma única bandeira, e assim iniciar uma nova era de paz e prosperidade. Uma era que possa ser abençoada pelo mítico Houo. Para tal, eles primeiro devem fortalecer os seus domínios e buscar novos aliados. Contudo, Arai Daichii e o Senhor Fujiwara não estão muito satisfeitos com o seu casamento e ascensão na cena política.
As cinco batalhas retoma bastante do que era o andamento narrativo da primeiro livro: um ritmo tenso e um tanto alucinante. Mais do que nunca Takeo e Kaede devem se unir. Contudo, não é isso que vemos. Os dois encontram-se demasiado ocupados a lutar as suas próprias batalhas, nunca conversando sobre as coisas ou partilhando informações que possam ser úteis. É Kaede quem fica mais debilitada no que toca ao seu desenvolvimento enquanto personagem. Se no livro anterior, a personagem dominava a cena e comandava todas as atenções; aqui, ela é quase relegada a uma personagem secundária, regredindo para a sua posição inicial do primeiro livro - uma menina que não sabe nada do mundo.
Como foi referido na crítica anterior, pessoalmente não via como a profecia poderia ter algum peso na narrativa, acreditando até que esta se revelaria problemática. E assim foi. A profecia revelou ser um estorvo para a narrativa, ao ponto que a própria personagem decide ignorá-la. A própria aura de mistério que encerrava em si termina abruptamente, quando a meio do livro o leitor consegue praticamente resolvê-la.
A escrita de Hearn continua interessante e fluída, porém desde a primeira página que é possível sentir uma certa pressa por parte da autora em concluir o livro. A meu ver, o que terá salvado este livro foram as aparições das personagens secundárias, que acrescentaram essa incógnita à história.
Em suma, As cinco batalhas não deixa de ser um livro bom, contudo é possível notar-se os seus vários problemas.
⭐⭐⭐
3/5
Até à próxima e boas leituras!
Ellis
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