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O desafio do guerreiro (A saga dos Otori #2) | Opinião #171

Olá a todos!

    Hoje venho dar continuidade à Saga dos Otori, a qual iniciei o ano passado. Estão preparados?

    Não se esqueçam de conferir as restantes críticas:

Sobre a autora

    Lian Hearn nasceu em Inglaterra, frequentou a Universidade de Oxford, estudou japonês, manifestando desde sempre um grande interesse pela cultura deste país. Esta obra, já traduzida para mais de vinte países, foi premiada com o New York Times Notable Book of The Year e o School Library Journal's «Best Adult Books for High School Readers», 2002. Devido à sua excelente qualidade, esta obra despertou recentemente o interesse cinematográfico.

Sinopse

    Sucedendo-se ao primeiro volume desta trilogia intitulado "A Tribo dos Mágicos", "O Desafio do Guerreiro" é um bestseller internacional, traduzido em mais de 30 línguas e agraciado com o New York Times Notable Book of the Year. Foi ainda considerado pelo jornal Times como «o romance mais envolvente publicado em 2002». Numa narrativa vibrante transporta-nos ao Japão onde reencontramos o jovem Takeo que vive um terrível conflito interior entre forças que se digladiam e que têm a ver com a honra, o dever e o amor. Por um lado, é agora por direito o herdeiro do poderoso clâ dos Otori; por outro, deve lealdade à Tribo e sabe que traí-la lhe custará a vida. Mas continuar com ela significa colocar os seus dons ao serviço da crueldade e da injustiça e a renúncia ao amor por Kaede. Conseguirá a Tribo afastar Takeo do seu destino? E Kaede, como poderá desposar outro homem depois de ter conhecido uma noite de amor nos braços de Takeo? Uma excepcional epopeia pelo reino da fantasia.

Opinião

    O desafio do guerreiro inicia onde o primeiro livro terminou, com o assassínio de Iida e o País do Meio entregue a disputas entre os vários senhores da região. Takeo é levado pela Tribo, com quem fez um pacto, enquanto Kaede regressa a casa como única herdeira de Maruyama. O segundo livro lida com as escolhas das duas personagens e as suas respectivas consequências.

    Takeo foi de longe o elemento mais irritante de todo o livro. Ele nunca pensa nas suas ações e fica o livro inteiro a lamuriar-se internamente. A jornada de Takeo foi cansativa de ler, dado a personagem não possuir nenhum objetivo em concreto. Mesmo o conflito que poderia advir da sua criação entre os Ocultos, uma tribo pacifista, e as maneiras brutais da Tribo nunca chega a ser verdadeiramente explorado. Outra coisa que está muito mal feita é o seu suposto amor por Kaede. Enquanto que Kaede passa o livro todo a ansiar por ele e a pensar nele, Takeo nem sequer parece importar-se muito com ela, ao ponto de nem sequer pensar nela ou mencioná-la.

    Continuando nos aspetos negativos do livro, tenho obrigatoriamente que falar na profecia. Sendo eu uma fã inveterada de Percy Jackson, obviamente que vou olhar para as diferentes profecias que aparecem ao longo da saga como modelos. Não só isso, mas também ter em conta a sua mais-valia para a narrativa. Pois bem, tenho a dizer que, embora acrescente uma aura de mistério à narrativa e eventualmente dê o gancho para o próximo livro, eu não creio que a profecia que Hearn insere neste segundo livro tenha alguma mais-valia para o mesmo. Sinto que foi um momento muito à toa e completamente desnecessário.

    Posto isto, está na altura de falar sobre os aspetos positivos do livro. Perdão, O aspeto positivo: Kaede. Possivelmente alguns do vós poderão concordar comigo quando digo que Kaede foi a principal surpresa deste livro. No primeiro livro, Kaede não passava de uma refém, atirada de um lado para o outro, ao sabor dos caprichos dos senhores da guerra; uma rapariguinha assustada, que começava a aprender a forma como o seu mundo (patriarcal, leia-se) funcionava e qual o seu lugar nele. Neste livro, Kaede aprendeu bem essas lições e agora usa-as para assegurar o seu domínio na sua terra natal, com vista a reclamar o seu direito sobre Maruyama. A personagem transforma-se numa mulher capaz e autossuficiente, derrotando os h0mens no seu próprio jogo. Porventura, a única coisa que a impede de alcançar o seu verdadeiro potencial é a sua paixão por Takeo. No entanto, Kaede impõe-se como senhora de direito próprio, preparando-se para a guerra que está por vir.

    Em suma, O desafio do guerreiro descaiu bastante quando comparado com o seu antecessor. Ainda assim, foi uma leitura interessante - muito por conta de Kaede e da sua jornada. Quanto ao próximo livro, não estou tão segura acerca do andamento da história, todavia não deixarei de ler, uma vez que estou um pouquinho curiosa para saber como acaba a saga.

⭐⭐⭐

3.5/5

Até à próxima e boas leituras!

Ellis


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