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Engenhos Mortíferos | Opinião #22

Poster oficial
  Olá a todos! Hoje trago-vos a resenha do mais recente filme de Peter Jackson - Engenhos Mortíferos.
  Para aqueles que ainda não assistiram ao filme, este artigo pode conter spoilers

Sinopse
  Milhares de anos depois da civilização ter sido destruída por um cataclismo, a humanidade adaptou-se e a forma de viver evoluiu. Gigantes metrópoles móveis vagueiam pela Terra, destruindo impiedosamente as cidades mais pequenas. Tom Natsworthy – que pertence a um nível inferior da grande cidade de Londres – luta pela sobrevivência depois de encontrar Hester Shaw, uma perigosa fugitiva. Dois opostos, cujos caminhos nunca se deveriam ter cruzado, forjam uma improvável aliança que está destinada a mudar o curso do futuro.


Resenha
  • Enredo
   A primeira impressão com que ficamos é que esta é mais uma história de vingança. Enganam-se. O filme é uma introspeção sobre o que é certo e errado, o peso das necessidades de um sobre as de muitos, a ambição e o poder. As várias situações do filme remetem-nos para essa análise interior.
  De vingança passamos para a guerra entre duas fações, para a oposição  de dois modos de vida. Ao longo do filme, os protagonistas são confrontados com os princípios da fação tracionista - que defende o "Darwinismo Municipal", ou seja, apenas as cidades mais fortes poderão prevalecer - e da fação anti-tracionista - que defende um estilo de vida sedentário, em que todos são iguais. No entanto, nenhuma das fações é apresentada como a alternativa, deixando espaço para cada um decidir.
  • Construção do mundo
  Assim como o género fantástico, a ficção científica apresenta-nos novos mundos e planetas, altera-os ou simplesmente destrói-os.
  Em Engenhos Mortíferos, a Europa apresenta-se completamente destruída, não existindo praticamente vida. E quanto ao resto do mundo? A ação do filme decorre exclusivamente na Europa e só no final é que temos o vislumbre  das montanhas tibetanas, que, por sinal, apresentam-se intocadas e um refúgio para aí se habitar. Quanto ao resto do mundo, para já, os espectadores podem apenas supor.
  Outro aspeto importante deste mundo são as cidades que se movem. estas cidades são conhecidas como "cidades tracionistas". No filme, apenas conhecemos efetivamente três cidades: Salzhaken, Londres e uma cidade de escravos. Conhecemos ainda mais cidades, no entanto estas encontram-se fixas e fazem parte da Liga Anti-Tracionismo. São elas: Airhaven, que - tal como o nome indica - localiza-se nos céus e Shan Guo, o bastião dos anti-tracionistas. É também mencionada uma outra cidade tracionista, igualmente dedicada oa comércio de escravos, Arkangel. A pergunta que se impõe é a seguinte: quantas cidades existirão? Tenho esperanças que no próximo filme seja explorado este mundo e aprender mais sobre ele.

  • As personagens
  O filme foca-se em duas personagens, Hester Shaw e Tom Natsworthy.
 
Hester Shaw (Hera Hilmar)
   Hester Shaw é uma rapariga misteriosa, com uma cicatriz que vai desde a bochecha até ao queixo e que tem como objetivo matar Valentine. Hester é desconfiada e preocupa-se mais cm ela própria. a evolução que ocorre na personagem é muito interessante, pois aos pucos ela começa a abrir-se e a confiar um pouco mais nas outras pessoas. E quanto mais a conhecemos, melhor percebemos as suas inteções. 
Tom Natsworthy (Robert Sheehan)
  Tom Natsworthy é um rapaz amável e bondoso, no entanto um pouco ingénuo. É Tom quem frustra os planos vingativos de Hester. A sua evolução é igualmente interessante, já que ao ser atirado para uma realidade que desconhece (o mundo fora de Londres) começa a perceber que a vida não é só preto no branco e que existem áreas cinzentas. Para além disso - e já para o final - Tom afirma-se como pessoa, seguindo o seu próprio caminho e não aquele que a sociedade espera de si.
  Embora exista um maior foco nestas duas personagens, o filme também está repleto de personagens secundárias que valem por si só. As mais notórias são Valentine - o antagonista principal -, Anna Fang - uma adepta da fação anti-tracionista, considerada pelos tracionistas como terrorista - e Shrike - uma espécie de zombie  criado pelos Antigos. Cada personagem contribui para o adensamento do enredo, bem como a evolução de Hester e Tom.

Status: excelente

  O filme não só conseguiu cativar-me para ver o próximo nos cinemas, como despertou o meu interesse em ler os livros no qual é baseado. Simplesmente adorei e recomendo-o vivamente.
  Nunca é demais relembrar que esta é apenas a minha opinião e que não deve ser considerada como uma verdade absoluta. Se já viram o filme digam nos comentários a vossa opinião. Até à próxima!

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