Hoje regresso com as minhas opiniões literárias, sobre a trilogia Ciclo aurora - mais especificamente sobre o seu segundo filme.
Atenção, este artigo contém spoilers.
Não se esqueçam de conferir os outros livros desta trilogia:
Sobre os autores
Amie Kaufman e Jay Kristoff são os autores best-seller do The New York Times da série Illuminae Files. Juntos eles medem cerca de 3,8 m e ambos vivem em Melbourne, na Austrália, com dois cônjuges pacientes, dois cachorros resgatados e um bom estoque de cafeína. Se conheceram por causa de lei tributária internacional, e permaneceram juntos pelo amor compartilhado por explodir coisas e partir corações.
Sinopse
ELES NÃO VÃO DESISTIR SEM LUTAR.
Primeiro, a notícia ruim: um antigo mal — sabe, aquele que quer consumir todo o universo — está prestes a se espalhar.
A notícia boa? O Esquadrão 312 está pronto para salvar o dia. Eles só precisam lidar com alguns probleminhas antes.
Como se livrar de uma matilha de pequenos seres peludos que querem arrancar suas cabeças, por exemplo. Ou fugir de assustadores funcionários corruptos da Agência de Inteligência Global que não vão parar até colocarem as mãos em Aurora.
E, para completar, a irmã de Kal arrumou um exército Syldrathi e não está nada feliz em reencontrar seu irmãozinho.
Com metade da galáxia atrás deles, o Esquadrão 312 nunca foi tão requisitado.
Quando os restos da nave Hadfield são descobertos por nossos heróis, é hora de parar de se esconder. Dois séculos antes, a nave cheia de colonos desapareceu e deixou Aurora como única sobrevivente. Agora, a caixa-preta pode mostrar o caminho para a salvação deles. O tempo é curto e, se Auri não aprender a usar seus poderes como Gatilho logo, nosso querido esquadrão estará mais morto que o Grande Ultrassauro de Abraaxis IV.
NOSSOS HERÓIS ESTÃO DE VOLTA... MAIS OU MENOS.
Este esquadrão de perdedores desajustados e indisciplinados provavelmente é a única esperança para a sobrevivência da galáxia. Cheio de revelações surpreendentes, assaltos a bancos, presentes misteriosos, roupas inadequadamente apertadas e tiroteios épicos, Aurora Arde vai determinar o destino dos heróis mais insuportáveis e inesquecíveis da galáxia.
Opinião
Aurora arde é a continuação eletrizante de Aurora ascende, onde acompanhamos um esquadrão de desajustados na sua missão de salvar o universo. O livro inicia-se imediatamente após o final do anterior, com o esquadrão ainda a lidar com a morte de Cat, a sua piloto . Mas os nossos protagonistas não têm tempo para lidar com o luto, pois a galáxia inteira está atrás deles. Não só eles têm que lidar com o facto de toda uma galáxia os considerar terroristas, mas também estão a correr contra o tempo para derrotar uma entidade antiga maligna de colonizar o universo. Mais um dia na vida do esquadrão 312.
E sei que é difícil seguir em frente, mas nós não podemos ficar no mesmo lugar para sempre, querida, por ninguém. A vida é para viver. Aqueles que deixamos para trás vão ficar bem, prometo. Os que deixaremos para trás no futuro também vão ficar bem, mesmo se você conseguir chegar lá em outro planeta
A escrita neste livro continua tão frenética quanto o anterior, se não menos. O livro inteiro é construído numa sucessão rápida de acontecimentos, que nos colocam num estado de ansiedade esperando que as personagens sejam capazes de encontrar uma solução que lhes permita sairem vivas da situação que se encontram.
Aurora arde vai mais a fundo no passado das personagens, dando-nos uma nova visão sobre cada uma. Para mim, a mais intrigante foi Zila, o cérebro do esquadrão. Os seus capítulos são sempre muito curtos e as memórias fragmentadas, como se a própria personagem estivesse a espreitar as suas memórias através de uma nesga e decidisse fechar de seguida porque não aguenta reviver o passado. No fundo é isso que se passa com Zila: a sua racionalidade fria é nada mais que uma fachada, a qual esconde uma rapariga frágil com um trauma bem forte.
Comida. Quando se está com dúvidas, é melhor comer até encontrar uma solução
Finian continua tão carismático como sempre. Neste livro, nós destrinçamos um pouco desse seu sentimento de não pertencer a lado nenhum, de não ser amado e de ser deixado para trás pela sua própria família. Eu só queria abraçá-lo e dizer-lhe que vai tudo correr bem.
Os irmãos Jones também brilharam nesse livro, especialmente Scarlett. À primeira vista, Scarlett parece uma rapariga frívola que apenas se preocupa com rapazes e roupas. Embora ela possua sim esses interesses, em Aurora arde nós vemos um outro lado dela. Por vicissitudes do enredo, a personagem é catapultada para a posição de liderança dos membros restantes do esquadrão 312. A personagem mostra ao que vem e ocupa o lugar do irmão com bastante facilidade.
Quanto a Kal e Aurora, eu achei as personagens um bocadinho frouxas neste volume. A minha principal queixa continua a ser o seu suposto relacionamento amoroso. Peço desculpa, mas não sou capaz de engolir essa relação. Sinto-a muito mal construída e sem carisma nenhum. Apesar disso, as personagens até são interessantes separadas. Desde já Aurora, que continua a tentar compreender mais sobre o que lhe aconteceu durante o tempo em que esteve numa cápsula criogénica.
Você não é o seu passado, Kal. Você não é a coisa que te ensinaram a ser. Se estar aqui me ensinou algo, foi isso. Nossos arrependimentos, nossos medos, eles nos puxam para baixo. Precisamos deixar tudo para trás para nos tornarmos quem precisamos ser. Precisamos atear fogo em tudo.
- Nosso passado faz de nós quem nós somos.
- Não. Não, não faz. Nós escolhemos ser quem somos. Todos os dias. Todos os minutos. O passado já se foi. O amanhã vale mais que um milhão de ontens, não consegue ver isso?
Neste livro conseguimos mais algumas respostas sobre Aurora e Ra'haam (a entidade antiga e maligna). Descobrimos que Aurora faz parte de um esquema montado por um povo antigo, cujo objetivo era precisamente derrotar Ra'haam. Durante o seu treinamento para controlar e compreender melhor os seus poderes, Aurora finalmente aceita o que lhe aconteceu e aceita o seu papel neste universo tão estranho. No entanto, a personagem debate-se com o preço que lhe é exigido pelos antigos. Até achei um aspecto interessante, porém a solução dos autores foi atirar-lhe um bruto de um segredo à cara e de repente ela já não queria saber se vivia, se morria. Considero uma solução um bocado estúpida da parte dos autores. Era como se eles já estivessem cansados e apenas se quisessem despachar.
Sobre Kal, já deu para compreender um pouco melhor a personagem. A introdução de uma nova personagem dá o gatilho para conhecermos mais do passado de Kal e como ele foi parar à Legião Aurora. Conhecemos mais acerca das suas inseguranças e do tipo de educação a que foi sujeito. No fim, não achei correto a atitude do esquadrão 312 face à realidade de Kal ser filho do Destruidor de Estrelas. Tanta conversa sobre amizade e found family e no fim eles nem sequer lhe dão o benefício da dúvida. Foi drama desnecessário e preguiçoso.
Não há nada doloroso ou tão simples quanto fazer o que é certo
Sobre o final do livro, eu fiquei totalmente aparvalhada. Tenho a perfeita noção de que se trata de uma trilogia, mas para mim pareceu-me que este segundo livro meio que estava a encerrar a história. De qualquer das formas, vou ter que ler o próximo porque estou demasiado investida nestas personagens.
Nota: 3/5
Até à próxima!
Ellis
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