Com um volume intenso, Hell's Paradise continua a surpreender pela sua qualidade artística e narrativa.
Atenção: este artigo contém spoilers!
Não te esqueças de conferir as resenhas dos restantes volumes:
- Hell's Paradise (Volume 1)
- Hell's Paradise (Volume 2)
- Hell's Paradise (Volume 3)
- Hell's Paradise (Volume 4)
- Hell's Paradise (Volume 5)
- Hell's Paradise (Volume 6)
- Hell's Paradise (Volume 8)
- Hell's Paradise (Volume 9)
- Hell's Paradise (Volume 10)
- Hell's Paradise (Volume 11)
- Hell's Paradise (Volume 12)
- Hell's Paradise (Volume 13)
Sobre o autor
Sinopse
Opinião
Se o volume anterior era marcado por um justo equilíbrio entre ação e exposição, o volume 7 é caracterizado sobretudo pela ação, sem um momento para respirar e pôr as ideias em ordem.
“O mal não nasce só do coração das pessoas, ele também é gerado pelo ambiente em que elas crescem”Logo de caras, somos apresentados a uma nova personagem, Shugen. Na realidade, somos apresentados a várias logo de uma só vez, todavia é apenas Shugen que recebe um maior destaque. Quando Mei anuncia que um novo grupo desembarcou na ilha, os sobreviventes ficam de pé atrás, uma vez que não sabem se este novo grupo poderá ser aliado ou um inimigo. Naturalmente, que nós leitores possuímos informações privilegiadas e sabemos de antemão que são inimigos. No entanto, paira no ar a questão se os Yamada Asaemon que os acompanham poderão ou não unir-se com os seus colegas sobreviventes. É pela boca de Shion que o autor rechaça quaisquer que sejam as nossas esperanças e nos relembra que Hell's Paradise não é o mundo cor-de-rosa da maioria dos shounen, onde basta trocar duas frases e ficamos todos amigos. Shugen é uma personagem que desperta alguma ambiguidade. Se por um lado, ele é visto pelos seus companheiros Yamada Asaemon como gentil, prestável e amigável; por outro, podemos dizer que ele é um vilão, matando tudo e todos que estão no seu caminho, procurando agradar as chefias. As próprias atitudes desta personagem assim que chega à ilha e se depara com toda a carnificina roçam exatamente a vilania.
Apesar de todas as incógnitas, o grupo decide ater-se ao plano original: encontrar o elixir e sair da ilha. Para isso, tanto executores Yamada quanto criminosos decidem continuar a trabalhar em conjunto. É a partir deste momento que a loucura tem início. O autor aproveita para explicar e adicionar novas regras ao sistema de poder, influenciando os novos confrontos entre o nosso grupo de desfavorecidos e os Tensen. É de ressaltar que as explicações jamais chegam a ser densas, sendo apresentadas de forma dinâmica e mantendo ritmo alucinante deste volume em particular. Com essas novas noções, as nossas queridas personagens decidem então partir logo para a ação, invadindo o Horai.
Mais uma vez, Yuji Kaku liberta toda a sua criatividade, construindo cenários extremamente detalhados, procurando inspirações quer na tradição chinesa, quer na tradição japonesa. Mesmo quando é aplicado o filtro de visão noturna - simbolizando o Tao -, as ilustrações nunca chegam a perder a sua beleza. A coreografia das lutas continua a ser dinâmica e interessante, uma vez que, até ao momento, nenhuma luta é igual à anterior - todas assumindo novos contornos, à medida que as personagens (e, por conseguinte, nós leitores) se vão inteirando do funcionamento do Tao, e adaptando-se ao espaço onde estas são travadas.
A sensação com que fiquei ao ler este sétimo volume é que não só se dá uma mudança de arco, como também a própria narrativa está a entrar na sua fase final. Com ainda cinco volumes por ler - os quais contêm um total de 61 capítulos -, eu realmente me pergunto o que estará para acontecer.
⭐⭐⭐⭐⭐
4.5/5
Boas leituras e até à próxima!
Ellis
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