Concluir uma saga não é tarefa fácil. Seja em banda desenhada ou numa acessão tradicional do livro, uma conclusão pressupõe uma resposta (minimamente) satisfatória aos mistérios levantados no decorrer da narrativa, o fechar dos diferentes arcos de personagens e uma cena final, encerrando assim a narrativa - podendo esta ser uma cena fechada ou uma cena que deixa em aberto o futuro das personagens para lá da narrativa, mas que nós leitores já não iremos acompanhar essa fase da sua vida. Portanto, não é de estranhar que muitas sagas começam bem e acabam mal, pois os autores não conseguiram escrever um final que faça sentido para a história e que, ao mesmo tempo, satisfaça os leitores. Felizmente, Yuji Kaku conseguiu entregar um final brilhante e merecido para Hell's Paradise.
Não se esqueçam de conferir as minhas resenhas dos volumes anteriores:
- Hell's Paradise (Volume 1)
- Hell's Paradise (Volume 2)
- Hell's Paradise (Volume 3)
- Hell's Paradise (Volume 4)
- Hell's Paradise (Volume 5)
- Hell's Paradise (Volume 6)
- Hell's Paradise (Volume 7)
- Hell's Paradise (Volume 8)
- Hell's Paradise (Volume 9)
- Hell's Paradise (Volume 10)
- Hell's Paradise (Volume 11)
- Hell's Paradise (Volume 12)
Sobre o autor
Sinopse
Opinião
"Just beacuse you’ve sinned in the past, it’s not as if you’re forbidden from seeking a sense of normalcy"
Neste último volume, Sagiri e Gabimaru lutam contra Lien com todas as suas forças. Sagiri, acumulando tudo o que ela viveu na ilha (a raiva, o desepero, mas também os laços que criou com as outras personagens), encontra o ponto perfeito do Tao - o caminho do meio. Sagiri é das personagens que eu mais gostei desde o início; vê-la finalmente alcançar todo o seu potencial, surpreendendo tudo e todos, é realmente um momento que consolida todo o desenvolvimento da sua personagem, o qual foi muito interessante de acompanhar. Por seu turno, Gabimaru luta desesperadamente contra os efeitos da arborificação, sempre mantendo a imagem da sua mulher na sua mente para não perder o controlo. Ver estes dois trabalharem em equipa é um espetáculo visual impressionante. Em toda a luta, há uma sensação de silêncio, focando a nossa atenção na ação e nas tácticas utilizadas para combaterem um inimigo que é superior a eles. Apenas posso imaginar esta cena no anime, com uma música de fundo e o som dos golpes aplicados.
O volume 13 não é dos mais emocionais da saga, mas cumpre bem a sua função, pois nas páginas finais não podia deixar de sorrir ante a doçura de ver cada personagem seguir o seu próprio caminho e conquistar a sua tão merecida liberdade. Há sim esse sentimento de conclusão tão aguardado, pautado pela esperança de que as nossas personagens possam então desfrutar das suas vidas em paz.
Em treze volumes, Hell's Paradise explorou temas religiosos e conceitos de moralidade, mesclando-os com ação e terror corporal, numa arte de tirar o fôlego de tão impressionante e bonita que é. Hell's Paradise foi das maiores surpresas literárias que tive este ano, pelo que fico estupefacta com o facto de não ser uma história tão sobejamente conhecida como Chainsaw Man ou Jujutsu Kaisen, dado apresentar uma história de qualidade e personagens muito mais interessantes. Certamente que irei revisitar esta magnífica história no futuro.
⭐⭐⭐⭐⭐
5/5
Até à próxima e boas leituras!
Ellis
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