Eu não tinha planeado começar a ler uma nova saga após ter terminado uma, mas parece-me que a vida tinha outros planos para mim. No ano passado, pela altura do Verão, eu sentei-me a ver na Netflix a série Shadowhunters. Achei-a engraçada, apesar de existirem ali alguns plots que poderiam ser cortados - mas de resto gostei das personagens e do mundo dos Caçadores de Sombras. Fiquei com curiosidade para ler os livros, no entanto guardei essa leitura para este ano durante as férias. Pelo menos, esse era o meu plano. Alguma fada ou algum feiticeiro (quiçá o Magnífico Feiticeiro do Brooklyn Magnus Bane) lançaram-me um feitiço e adiantaram esta leitura.
Sobre a autora
Cassandra Clare nasceu no Irão e passou os primeiros anos a viajar pelo mundo com a família e vários baús cheios de livros de fantasia, entre os quais As Crónicas de Nárnia. Mais tarde, trabalhou como jornalista em Los Angeles e Nova Iorque. Cassandra Clare vive em Massachusetts com o marido, os gatos e ainda mais livros. No total, os seus livros já venderam mais de 50 milhões de exemplares.
Sinopse
Um mundo oculto está prestes a ser revelado… Quando Clary decide ir a Nova York se divertir numa discoteca, nunca poderia imaginar que testemunharia um assassinato – muito menos um assassinato cometido por três adolescentes cobertos por tatuagens enigmáticas e brandindo armas bizarras. Clary sabe que deve chamar a polícia, mas é difícil explicar um assassinato quando o corpo desaparece e os assassinos são invisíveis para todos, menos para ela. Tão surpresa quanto assustada, Clary aceita ouvir o que os jovens têm a dizer… Uma tribo de guerreiros secreta dedicada a libertar a terra de demônios, os Caçadores das Sombras têm uma missão em nosso mundo, e Clary pode já estar mais envolvida na história do que gostaria.
Opinião
- Meu Deus! -exclamou Luke.
- Na verdade sou só eu - disse Simon. - Mas já me disseram que somos muito parecidos.
Não sei muito bem por onde começar - talvez pelo sentimento de desilusão que me acompanhou do início ao fim. Devo confessar, eu tinha ligeiras expectativas quanto ao livro; não pela série de televisão, mas pelas críticas que eu via dos fãs de como os livros eram melhores e que os produtores tinham estragado as coisas...enfim, eu li essas críticas e - como alguém que não tinha lido os livros - pensei mesmo que talvez os fãs tivessem razão e os livros fossem melhores.
Acredito que, por este ter sido o primeiro livro que Cassandra Clare escreveu, a qualidade da escrita seja diferente quanto comparado aos livros mais recentes. Ok, tudo bem, ainda dou essa benesse. Mas, ainda assim...
Cidade dos Ossos apresenta-nos Clary Fray, uma rapariga nova-iorquina com talento para as artes, que está prestes a descobrir todo um outro mundo que vive em paralelo com o nosso. Quando a sua mãe é raptada, Clary é enviada numa jornada para desvendar os segredos da mãe e também para se descobrir a si própria.
Todas as histórias são verdadeiras
Como personagem principal, Clary é uma chata. Eu gostei de todas as outras personagens, menos de Clary. Porquê? Bem, porque ela tinha umas atitudes que não faziam sentido algum. A mãe foi raptada, Luke abandonou-a, ela descobre que afinal é uma Caçadora de Sombras e alguém andou a brincar com as suas memórias, e mesmo assim ela fica muito incomodada porque a Isabelle é mais bonita que ela ou veste-se melhor. Eu percebo que estamos a falar de adolescentes, mas nem todos os adolescentes agem dessa forma - há que ter prioridades. Também não ajuda que o grosso do livro é contado na perspectiva dela.
Outra coisa que não achei graça nenhuma foi o sarcasmo. Meu deus, o quanto isso me irritou. Uma coisa que eu amo em Percy Jackson é que o sarcasmo utilizado pelas personagens cria situações engraçadas. Aqui é o oposto. As personagens parecem empregar o sarcasmo simplesmente para demonstrarem o quanto são cool e badass. Perdi a conta de quantas vezes revirei os olhos.
No meio disto haverá alguma coisa que salve? Sim, o mundo.
O mundo que Cassandra Clare construiu pegando nas personagens de folclore que já conhecemos (vampiros, lobisomens, feiticeiros, fadas, demónios, etc.) é surpreendente novo e diferente, com uns twists ali no meio. Acho que o que mais me encantou no livro foi isso, o Submundo e os Caçadores de Sombras.
Como já disse, também gostei muito de todas as outras personagens que povoam o livro: Jace, Alec, Isabelle, Simon, Luke, Magnus. Magnus Bane apareceu somente num capítulo, mas foi o suficiente para eu me apaixonar pelo Magnífico Feiticeiro do Brooklyn (é daquelas personagens que simplesmente chega e tá tudo explicado).
Se você insiste em repudiar aquilo que é disforme sobre o que vocês fazem, nunca aprenderá com os próprios erros.
Apesar de todas as críticas que fiz, a verdade é que não consegui pousar o livro. De alguma forma, a escrita de Cassandra Clare sugou-me de tal maneira que li o livro praticamente em uma tarde de domingo.
Em suma, estava à espera de mais; houve coisas que detestei e outras que amei. Agora que abri a caixa de pandora já não dá para fechá-la, por isso vou continuar com a saga e esperar que as coisas melhorem.
Nota: 2.5/5
Podes conferir os restantes livros:
- Cidade de cinzas (Os instrumentos mortais #2)
- Cidade de vidro (Os instrumentos mortais #3)
- Cidade dos anos caídos (Os instrumentos mortais #4)
- Cidade das almas perdidas (Os instrumentos mortais #5)
- Cidade do fogo celestial (Os instrumentos mortais #6)
- O anjo mecânico (Peças infernais #1)
- Príncipe mecânico (Peças infernais #2)
- Princesa mecânica (Peças infernais #3)
Ellis
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