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The husky and his white cat shizun (vol. 3) | Opinião #287

 Saudações caros leitores!

    Eis-me aqui de novo para falar de 2ha, a saga de Mo Ran e de Chu Wanning. Sinceramente, não estava há espera que este terceiro volume fosse um murro no estômago. Aliás, acho até batota por parte de Meatbun, pois apenas me deixa ansiosa para o que poderá vir no futuro.

    Atenção: este artigo pode conter spoilers.

    Não se esqueçam de conferir o restante da saga:

  1. The husky and his white cat shizun (vol. 1)
  2. The husky and his white cat shizun (vol. 2)
  3. The husky and his white cat shizun (vol. 4)
  4. The husky and his white cat shizun (vol. 5)
  5. The husky and his white cat shizun (vol. 6)

Sobre a autora

    Meatbun Doesn't Eat Meat (肉包不吃肉, Ròu Bāo Bù Chī Ròu), também conhecida por Meatbun, é uma autora chinesa de web novels. Escreveu três romances: The Husky and His White Cat Shizun e Remnants of Filth, ambos passados ​​no mesmo universo, e Case File Compendium, que é o seu primeiro romance moderno.

Sinopse

A ESTRADA SOLITÁRIA PARA O INFERNO 

    Enquanto Mo Ran acompanha Chu Wanning em busca do cérebro por detrás dos misteriosos incidentes que assolam a sua vida renascida, Mo Ran percebe que o seu ódio pelo seu professor começa a vacilar. Mas demasiado cedo, o desastre atinge a abertura da Fenda Celestial, uma rutura no tecido do mundo que libertaria os demónios mais terríveis do inferno sobre a humanidade.

    Apesar de tudo o que viu desde o renascimento, Mo Ran não está preparado para enfrentar a maior tragédia da sua vida passada: a calamidade que o colocou contra o seu mestre para sempre e o colocou no caminho solitário para um trono manchado de sangue. Se Mo Ran quiser evitar este destino amargo, deve fazer uma nova escolha e romper com o passado. Mas, embora a tragédia desta vida se possa desenrolar de forma diferente, os sacrifícios não serão menos grandes.

Opinião

    As aventuras de Mo Ran continuam neste terceiro volume, que se apresenta como o mais emocional de todos. Após uma busca que se revela infrutífera, Mo Ran e Chu Wanning regressam a Shisheng apenas para se verem confrontados com acusações injustas. Aparentemente, durante a sua ausência, o incidente da vila Caidie (ou Vila Borboleta) ressurge com novos contornos: o espírito que eles exorcizaram da última vez tornou-se malévolo, matando todos os seus habitantes. Suspeitando que este seja mais um dos planos do falso Gouchen, os dois apressam-se a ir para o local, deparando-se com um evento que pode mudar tudo: a Fenda Celestial.

    Na sua vida passada, foi este evento que fez com que Mo Ran se voltasse contra Chu Wanning, por conta da morte de Shi Mei. Determinado a impedir a sua repetição, Mo Ran faz tudo ao seu alcance para proteger Shi Mei. Eventualmente, Mo Ran consegue reverter a ordem dos acontecimentos, mas as suas ações têm consequências - Chu Wanning morre, enquanto o tentava proteger durante a batalha.

Good things can only be said once


    Como disse no início, este terceiro volume é o mais emocional de todos até ao momento. Em vários capítulos estive à beira das lágrimas e as próprias ilustrações do livro apenas catapultaram o sentimento de ter o meu coração esmagado e destruído em pequenos pedaços. Finalmente, a verdade por detrás de todos os desentendimentos entre Mo Ran e Chu Wanning é exposta de uma maneira nua e crua, fazendo com que Mo Ran comece verdadeiramente a encarar a realidade sobre o seu shizun.

    Ver a noção de realidade de Mo Ran despedaçar-se com a morte de Chu Wanning foi incrivelmente satisfatório. Nós leitores já sabemos o quanto Chu Wanning se sacrifica e ama o seu pupilo (por conta do acesso ao seu ponto de vista que nos é providenciado pela autora), no entanto Mo Ran, naturalmente, não possui essas informações. Para além do mais, Chu Wanning é uma personagem extremamente orgulhosa, pelo que ele nunca admitiria nada de livre vontade. Após a morte do seu shizun, Mo Ran é obrigado a pôr todos os seus desentendimentos em perspectiva, questionando-se então sobre os seus verdadeiros motivos e os seus verdadeiros desejos. Para mim, foi neste momento que me rendi a Mo Ran enquanto personagem. A luta por que ele passa, a culpa e o remorso que o corroem tornaram esta personagem mais real e palpável para mim. Confrontado com a possibilidade de ressuscitar Chu Wanning, Mo Ran aceita sujeitar-se a todo o tipo de provações no submundo sem nem sequer piscar o olho.

Chu Wanning was a dummy. To wear such a mask his entire life – wasn’t exhausting? Mo Ran was a dummy too. It had taken two whole lifetimes to figure out

    Para ressuscitar Chu Wanning, é necessário reunir todas as partes da sua alma. Ao encontrar cada pedaço, a personagem vai conhecendo estas outras facetas de Chu Wanning, o que contribuiu bastante para a humanização deste último aos olhos do seu pupilo. Afinal, até mesmo Mo Ran tinha colocado Chu Wanning num pedestal, como se este fosse um deus, e nunca se havia preocupado com o ser humano por baixo da capa.

    O livro é narrado quase inteiramente por Mo Ran, contudo há algumas partes em que também temos acesso ao ponto de vista de Chu Wanning. Pessoalmente, não senti que acrescentassem muito mais à personagem, para além de mostrar o seu lado mais humano.

The depth of one’s knowledge is measured not by titles and ranks, but by the content of one’s hearts

    A parte do submundo é deveras interessante, pois não só nos apresenta a ideia de submundo na mitologia chinesa, mas também porque levanta algumas questões relativas ao renascimento de Mo Ran. Quando a personagem chega ao submundo para juntar todos os pedaços da alma de Chu Wanning, é-lhe dito que, por vezes, as almas entram em conflito, acabando por se estilhaçarem, renascendo devido aos arrependimentos que as consomem. De acordo com as dicas que a autora nos dá aqui e ali, isso parece ter sido o que aconteceu com Mo Ran. A sua alma tinha tantos arrependimentos que simplesmente renasceu e voltou atrás no tempo. Porém, o mesmo pode ter acontecido com Chu Wanning, embora este não tenha a mesma consciência desse facto como Mo Ran.

    Ora, de onde vem esta minha teoria louca? Bem, é dito no livro que cada alma humana é composta por três partes. Todavia, quando Mo Ran viaja ao submundo ele depara-se com quatro partes de Chu Wanning. Ou seja, uma dessas partes pertence à sua vida anterior que, devido aos seus arrependimentos, estilhaçou-se e renasceu. Talvez os seus arrependimentos fossem mais leves e por essa razão Chu Wanning está consciente desse facto. Ainda assim, mesmo nos volumes anteriores, sabemos que a personagem retém algumas memórias da sua vida passada - as quais são tratadas pela mesma como sonhos um pouco estranhos. Se calhar estou só a viajar na maionese, mas o que é certo é que o renascimento de Mo Ran ainda não foi bem explicado, pelo que não posso de me deixar perguntar se não foi orquestrado pela mesma figura que tem estado por detrás dos eventos deste livro.

    Falando nessa figura misteriosa, foi confirmado neste livro que a essência espiritual de Shi Mei é água - exatamente a mesma do falso Gouchen. Como devem calcular, as minhas suspeitas em relação a Shi Mei apenas aumentaram com essa revelação.

Shizun, you should smile more. You look prettier when you smile

    Escusado será dizer que, por esta altura, encontro-me completamente rendida ao universo e à história de 2ha. Fico feliz por ainda ter mais dois livros para ler, mas, atendendo à velocidade com que os estou ler, estou triste por que ainda faltam bastantes volumes para acabar a saga.

⭐⭐⭐⭐

4.5/5

Até à próxima!

Ellis

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