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Akatsuki no Yona (Vol. 23) | Opinião #293

 Saudações, caros leitores!

    Um novo ano pede a continuação das minhas leituras de Akatsuki no Yona. Portanto, preparem-se!

    Atenção: este artigo pode conter spoilers.

    Não se esqueçam de conferir os próximos volumes:

Sobre a autora

    Mizuho Kusanagi nasceu em fevereiro de 1979, em Kumamoto, no Japão. Em 2003, ela publicou a sua primeira série, Yoiko Kokoroe, na revista Hana to yume - detida pelo grupo Hakusensha. É em 2009 que ela começa a publicar aquela que é a sua série de mangá mais famosa até à data, Akatsuki no Yona, e que até ao momento conta já com mais de 40 volumes.

Sinopse

    A princesa Yona vive uma vida ideal como a única princesa do seu reino. Mimada pelo pai, o rei, e protegida pelo seu fiel guarda Hak, valoriza o tempo passado com o homem que ama, Su-won. Mas tudo muda no seu 16º aniversário quando uma tragédia atinge a sua família!

    Yona vê-se envolvida no meio da agitação civil da nação de Xing depois de descobrir que a Princesa Kouren quer guerra contra o reino de Kohka! Enquanto a Princesa Kouren atiça o fogo da fação pró-guerra, Yona tem de encontrar uma forma de salvar os Guerreiros Dragões e o seu país natal!

Opinião

    Os ventos da guerra começam a soprar neste 23º volume de Akatsuki no Yona (ANY) e as nossas amadas personagens - especialmente Yona - são postas numa situação tensa, sem uma resolução amigável à vista.

Não tão digna de confiança, mas estou aqui do seu lado

    Neste volume, Kusanagi continua a explorar o reino de Xing e as suas personagens, introduzindo não só o resto das Cinco Estrelas, bem como a Princesa Kouren, irmã mais velha de Tao. Sobre as restantes estrelas (três no total), à primeira vista as personagens não são tão interessantes quanto Vold ou Algira. Talvez essa seja precisamente a intenção da autora em pintar um lado mais afável que o outro, possivelmente com o intuito de demonstrar as diferenças de pensamento entre as duas irmãs - o que se estende ao seu círculo mais próximo. Dos três seguidores de Kouren, diria que Neguro e Yotaka poderão ser considerados "normais", porém Mizari é outra história completamente diferente. Mizari é uma personagem que é bastante fácil odiar, devido aos seus comportamentos que roçam a psicopatia. Como é que alguém assim é escolhido para fazer parte de um grupo militar de elite, escapa-me.

    Como disse, Kouren é apresentada neste volume. Enquanto que Tao nos atraí pela amabilidade que ela emana, Kouren atraí-nos pela sua confiança e assertividade, o que lhe confere um certo carisma aos olhos das multidões. No entanto, porque o principal ponto de vista de ANY é da Yona, ficamos naturalmente desconfiados da personagem e do discurso que esta apresenta: um discurso que apela ao militarismo e à guerra; ao mesmo tempo que se mostra empática pelas dificuldades (presentes e futuras) do seu povo. À medida que vamos lendo os capítulos, começamos a compreender melhor a perspectiva de Kouren, a sua personalidade e as suas motivações. Kouren é uma personagem bastante frágil, que sofre imensamente de stress pós-traumático do tempo da guerra entre os dois reinos. Por isso, os recentes atos de Soo-Woon e os rumores dos Quatro Dragões, apenas despertam esse medo dentro dela, levando-a a percorrer o caminho da violência - numa lógica de olho por olho.

Eu vou com você, seja para onde for

    Aliás, esse é o grande tema deste volume (e deste arco também): a violência na guerra. É através de Kouren que descobrimos os crimes cometidos por Kouka na última guerra, mais concretamente o pai de Soo-Woon, Yu-Hon. Ao descobrir a dimensão dos crimes, não é de admirar que a resposta da Princesa seja precisamente a guerra, pois é difícil - senão quase impossível - aceitar falar com a outra parte de igual para igual, quando esta nos infligiu tanta dor. Contudo, a insistência de Yona e da sua irmã leva a que Kouren aceda a considerar a possibilidade de encetar negociações para a paz com Soo-Woon. Todavia, Kouren impõe essa tarefa sobre os ombros de Yona: a ruiva deve convencer o seu primo a não atacar Xing e sentar-se à mesa das negociações. Da sua parte, a princesa continuará o seu processo de armamento, mas adiará o início das hostilidades.

    Assim, Yona e Hak, acompanhados por Algira e Vold, partem para Kouka, com o objetivo de confrontar Soo-Woon e finalmente terem uma conversa. Toda a pressão causada pela situação e o facto que ela terá que lidar com Soo-Woon cara a cara (efetivamente) pela primeira vez desde o início da história, faz com que Yona sucumba e tenha uma crise de ansiedade a meio do caminho para Kouka. Achei este momento um toque de génio da autora. O facto de que Yona é acometida por uma crise de ansiedade ilustra o quanto ela ainda é perseguida pelo fantasma daquela noite (o que é compreensível).

    O próximo volume promete mais doses de ansiedade.

⭐⭐⭐⭐⭐

5/5

Até à próxima!

Ellis

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