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Akatsuki no Yona (vol. 32) | Opinião #307

 Saudações caros leitores!

    O trigésimo segundo volume de ANY afigura-se como diferente dos demais, com Kusanagi a brincar com diferentes pontos de vista.

    Atenção: este artigo pode conter spoilers.

    Não se esqueçam de conferir os próximos volumes da saga:

Sobre a autora

    Mizuho Kusanagi nasceu em fevereiro de 1979, em Kumamoto, no Japão. Em 2003, ela publicou a sua primeira série, Yoiko Kokoroe, na revista Hana to yume - detida pelo grupo Hakusensha. É em 2009 que ela começa a publicar aquela que é a sua série de mangá mais famosa até à data, Akatsuki no Yona, e que até ao momento conta já com mais de 40 volumes.

Sinopse

    A Princesa Yona vive uma vida ideal como a única princesa do seu reino. Mimada pelo pai, o rei, e protegida pelo seu fiel guarda Hak, aprecia o tempo passado com o homem que ama, Su-won. Mas tudo muda no seu 16º aniversário, quando uma tragédia atinge a sua família!

    O torneio de artes marciais para exibir os Quatro Dragões começa, e Gija e Jaeha enfrentam Ju-do e Geun-tae! Entretanto, Hak está separado de Yona e dos Quatro Dragões, mas tem planos para preencher o fosso entre ele e Yona...

Opinião

    Agora que Yona e Soo-Woon se aliaram (ainda que relutantemente), Kye-Sook sugere que Soo-Woon exiba os poderes dos Quatro Dragões num torneio de artes marciais, a fim de mostrar o poderio do reino de Kouka aos cidadãos e também cimentar a sua posição enquanto rei entre a população.

    O 32º volume é um pouco diferente dos anteriores, pois Kusanagi brinca muito com a perspectiva. Não falo de perspectiva do ponto de vista artístico (com todas as linhas a convergirem para um ponto de fuga), mas antes de percepções. Aquando o torneio de "revelação" dos dragões, Yona é obrigada a sentar-se no trono reservado para a rainha, mesmo ao lado de Soo-Woon - sentando no trono do seu pai -, dando a entender que os dois estão noivos. Pelo menos, é essa a percepção com que a população fica. Nem sequer é necessário ter um agente para agitar a multidão; assim que alguém começa a gritar os seus desejos de felicidade para o suposto casal, os restantes seguem o exemplo. Ou seja, dá-se um movimento de massas. Esta cena é um tanto aterradora, uma vez que vemos o contraposto em Lili, Hak e Yoon, isto é, os únicos que sabem a verdade. Acho esta cena deveras interessante, dado marcar o tom deste novo arco: um arco que será sobretudo acerca de segredos e de perspectivas.

    O volume continua com as nossas personagens separadas umas das outras. Yona, os dragões, Hak e Yoon encontram-se isolados uns dos outros, tornando a comunicação entre eles, no mínimo, difícil. Se dúvidas houvesse sobre a desproporcionalidade na escala de poder nesta aliança, estas com certeza foram dissipadas neste volume. Todas as personagens rapidamente se apercebem que se trata de uma aliança apenas no nome. Uma vez dentro do palácio, eles são tratados quase como prisioneiros - embora Kye-Sook o negue -mantidos sob forte vigilância. Ainda que a situação não seja a mais favorável, as nossas personagens recusam-se a quebrar e a vergar-se aos ditames do conselheiro, arranjando todo o tipo de formas de se imporem na vida palaciana. Sinto que este volume deu um pouco mais de destaque aos nossos queridos dragões. Por serem mantidos à parte, podemos ver quem são Jae-Ha, Kija, Shin-Ah e Zeno sem Yona: como estes interagem entre si e que tipo de dinâmicas se estabelecem dentro do seu pequeno grupo. É muito engraçado ver Jae-Ha e Kija agirem como irmãos mais velhos, ao passo que Shin-Ah e Zeno só ficam irritados e frustrados por estes se colocarem em perigo.

    Porém, os pequenos momentos de comédia são ofuscados pelas bombas que a autora decidiu largar neste volume. A primeira de todas prende-se com Soo-Woon. Aparentemente, o usurpador do trono sofre de uma doença terminal, a qual é-nos dado a entender que se trata de uma doença congênita - ou seja, uma doença que é passada de pais para filhos. Sinceramente, fiquei como Yona, sem saber como reagir. Afinal, estamos a falar de Soo-Woon, o mesmo tipo que matou o seu pai, sendo que ele próprio não possui muito tempo tempo de vida...este tipo de revelação apenas atiça ainda mais a minha curiosidade e desejo de tentar compreender Soo-Woon.

    A segunda revelação está relacionada com o Rei Il e o general Yun-Ho e, possivelmente, os motivos por detrás das ações de Soo-Woon. Numa conversa com Hak (que aliás, ocorre à frente de todos os soldados da Tribo do Céu), Joo-Dooh revela que o Rei Il matou o seu próprio irmão. Tal como Hak, fiquei um pouco aparvalhada, pois a imagem que temos do rei simplesmente não casa com a imagem criada por Joo-Dooh. Ao ouvir isto qualquer um pensa que Soo-Woon agiu para se vingar. Contudo, acho que a verdade é muito mais complicada e o próprio Joo-Dooh alude a isso. Na sua conversa, o general da Tribo do Céu afirma que a maioria das cinco tribos preferiam Yun-Ho no trono (mais a mais, sendo este o primogénito). Já consigo sentir o gostinho de esquemas e tramóias palacianas.

    Em suma, este novo arco promete revelar os segredos da família real e aprofundar mais na mitologia de criação de Kouka. Já percebi que este vai ser um daqueles arcos em que a autora vai destruir as personagens e a nós leitores. Venham daí os próximos volumes!

⭐⭐⭐⭐⭐

5/5

Até à próxima!

Ellis

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